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Foto do escritorVictor Leal

A Importância das Farmácias na Prevenção ao Suicídio



A saúde mental é um tema cada vez mais relevante no Brasil e no mundo, e o Setembro Amarelo surge como uma das principais campanhas de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), essa campanha tem como objetivo principal informar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental e identificar sinais de risco em si mesmo ou em pessoas próximas. Nesse contexto, as farmácias, como pontos de acesso frequente à saúde, podem desempenhar um papel essencial na disseminação de informações e no apoio à prevenção do suicídio.


O cenário da saúde mental no Brasil


No Brasil, a realidade do suicídio entre jovens de 15 a 29 anos é especialmente preocupante, figurando como a quarta maior causa de morte nessa faixa etária. Essa estatística revela um grave problema de saúde pública que não pode ser ignorado. A frequência com que ocorrem esses trágicos eventos(uma vida perdida a cada 45 minutos) reforça a urgência de promover ações mais abrangentes e sistemáticas em todo o país. A necessidade de conscientizar a população sobre os sinais de alerta, oferecer suporte emocional adequado, e quebrar o estigma associado à busca por ajuda são medidas essenciais para reverter esse quadro alarmante.


Nesse contexto, as farmácias, como estabelecimentos de saúde acessíveis e amplamente distribuídos, possuem um papel vital na luta contra o suicídio. Elas podem atuar como pontos de apoio, fornecendo não apenas medicamentos, mas também orientações importantes sobre saúde mental. Com uma equipe treinada para identificar comportamentos de risco e direcionar clientes para os serviços apropriados, as farmácias se tornam aliadas cruciais na prevenção do suicídio, ajudando a salvar vidas através de uma abordagem proativa e empática.


A farmácia como canal de conscientização


Farmácias são estabelecimentos que fazem parte do dia a dia de milhões de brasileiros, seja para adquirir medicamentos, produtos de higiene, ou mesmo receber orientações de saúde. Durante o Setembro Amarelo, as farmácias podem usar esse acesso direto ao público para promover a campanha, distribuindo materiais informativos, organizando palestras e treinamentos para os funcionários, e até mesmo orientando sobre o uso correto de medicamentos psicotrópicos, que muitas vezes são parte do tratamento de transtornos mentais.


Além disso, farmácias podem servir como um ponto de divulgação de números de ajuda, como o 188, do CVV, que oferece apoio emocional gratuito 24 horas por dia. Ao oferecer essa informação de forma clara e acessível, farmácias ajudam a quebrar o estigma que cerca a busca por ajuda em momentos de crise.


Educação e treinamento dos profissionais de farmácia


A educação e o treinamento dos profissionais de farmácia são fundamentais para o envolvimento eficaz na prevenção do suicídio. A implementação de programas de capacitação, como o Curso de Prevenção ao Suicídio promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde, visa equipar os farmacêuticos com conhecimentos específicos para identificar sinais de risco e realizar o encaminhamento adequado dos pacientes. Esse treinamento abrange tanto aspectos técnicos quanto habilidades interpessoais necessárias para lidar com crises de saúde mental.


Investir em treinamentos específicos sobre saúde mental e primeiros socorros emocionais pode transformar o atendimento nas farmácias em uma verdadeira linha de frente na prevenção ao suicídio. Além disso, os profissionais de farmácia podem ser orientados a fazer encaminhamentos adequados para profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, quando identificarem casos que requerem atenção especializada.


Parcerias estratégicas e ações de impacto


Farmácias também podem buscar parcerias com instituições que atuam na área de saúde mental, como o CVV, associações de psicologia, e ONGs dedicadas ao bem-estar emocional. Essas parcerias podem resultar em campanhas mais robustas e informativas, além de oferecerem suporte direto àqueles que buscam ajuda.


Uma ação efetiva pode ser a realização de rodas de conversa ou sessões de orientação abertas ao público, dentro das próprias farmácias ou em espaços comunitários. Essas iniciativas não só aumentam a visibilidade da campanha do Setembro Amarelo, mas também fortalecem a imagem da farmácia como um estabelecimento comprometido com o bem-estar integral da comunidade.


Promovendo o uso consciente de medicamentos


O uso de medicamentos, especialmente os psicotrópicos, é uma parte importante no tratamento de muitos transtornos mentais, mas deve ser sempre acompanhado por orientação médica. Farmácias têm um papel vital em assegurar que os clientes entendam a importância de seguir as prescrições corretamente e em esclarecer dúvidas sobre os efeitos colaterais e a necessidade de acompanhamento médico contínuo.


Durante o Setembro Amarelo, as farmácias podem reforçar a importância do uso consciente desses medicamentos, oferecendo materiais explicativos e orientações personalizadas. Isso não só contribui para a eficácia do tratamento, mas também para a segurança do paciente, reduzindo os riscos de automedicação ou interrupção abrupta do tratamento, que podem ter consequências graves para a saúde mental.


O Setembro Amarelo é mais do que uma campanha de conscientização, é um movimento pela vida, que busca transformar a forma como a sociedade lida com a saúde mental e o suicídio. As farmácias, por estarem inseridas no cotidiano das pessoas e terem um contato direto com o público, têm o potencial de ser agentes ativos nessa transformação.


Ao se envolverem de maneira proativa na campanha, as farmácias não só contribuem para a prevenção do suicídio, mas também reafirmam seu papel como estabelecimentos essenciais para a saúde e bem-estar da comunidade. Investir em educação, parcerias, e no cuidado contínuo com a saúde mental dos clientes é um passo fundamental para fazer a diferença na vida de muitas pessoas durante o Setembro Amarelo – e além.



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